Dias no Tempo
Sinopse
“É no mínimo curioso o fato de eu estar vivendo aqui, de estar nesta esquina, vendo outro prédio no lugar do imponente hotel onde ele costumava ficar.”
Foi na esquina celebrada pelo tango “Corrientes y Esmeralda” que Carolina passou a se questionar sobre o fato de estar vivendo em Buenos Aires. Naquela esquina ficava o hotel onde seu bisavô parava, em suas longas estadas na capital argentina, há 60, 70 anos.
Distante de casa, distante da Buenos Aires conhecida por outras gerações de sua família, Carolina passa a buscar, na cidade de sua experiência, resquícios de outros tempos. O que encontra é uma metrópole latino-americana onde a solidão é a implacável resposta para quem espera sentir-se em um lugar familiar.
Dias no tempo parte de uma história privada para construir uma autoficção que, em tom de ensaístico, promove uma série de conexões entre Brasil e Argentina, entre o campo e a cidade, entre a memória e a imaginação. Um experimento que coloca em cena a diluição dos conceitos de identidade e realidade.
Ficha técnica
Roteiro: Carolina Berger
Direção e Produção: Carolina Berger
Direção de fotografia e câmera: Carolina Berger, Jorge Flores Velasco, Gomar Fernández (Super-8)
Trilha Sonora Original: Pirisca Grecco
Edição: Carolina Berger
Desenho de som e Mixagem: Cristiano Scherer
Coordenação de Pós-produção: Álvaro de Carvalho Neto
Pós-produção de imagem: Álvaro de Carvalho Neto
Material de arquivo adicional (DV CAM): Carolina Berger e Raquel Schefer
Produção gráfica: Roberto Borges
Buenos Aires – 2006 e 2009
Caçapava do Sul – Seival – 2009
Finalização – Santa Maria – 2010
Financiamento
Prefeitura Municipal de Santa Maria – Lei Municipal de Incentivo à cultura
Fundación Universidad del Cine
A produção
Dias no tempo foi produzido em diferentes etapas. O projeto do documentário começou a ser elaborado em 2005, na cadeira de Roteiro II – ministrada pelo professor Jorge La Ferla – do Mestrado em Documentário Cinematográfico, na Universidad del Cine – Buenos Aires, Argentina.
Entre os anos 2005 e 2006 foram feitas as primeiras gravações, na cidade de Buenos Aires, com apoio da Universidad del Cine, que forneceu equipamento e material sensível. Em 2009, já com parte da montagem concluída, foram captadas mais imagens em Buenos Aires e na localidade conhecida como Seival, na região central do Estado do Rio Grande do Sul.
Todas as imagens foram gravadas em câmeras pessoais de diferentes tecnologias. As câmeras portáteis e não profissionais foram utilizadas pela necessidade estética de registro de cenas cotidianas na cidade de Buenos Aires. Algumas imagens são material de arquivo pessoal da diretora, gravadas nos anos 80, em VHS-C.
Para simular arquivos pessoais de diferentes épocas, usou-se tecnologias próprias: o Super-8 preto e branco simula as viagens de Patrício, nas décadas de 40 e 50. O Super-8 colorido, as viagens de Maria Luiza, e os suportes eletrônicos (VHS-C) e digitais (DV CAM, Mini DV, e vídeos registrados com câmeras fotográficas) foram usados para os registros cotidianos de Carolina, no período contemporâneo.
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