Lícia leva dias em uma perspicaz busca pelo caminho da leveza que vislumbrou.
Ela diz ter cruzado com corpo rente à rochas bifurcadas, de penhascos elevados. Parece ter deslizado em areias de seu mais próximo mar. Mandou-me imagens de momentos tão densos quanto pacíficos.
Talvez reconhecera a liberdade consciente que despertava em seu escutar.
O lugar onde ela deve estar? Não sei. Ela nasceu para estar em lugar algum, ou em várias partes, flanando, migrando, encontrando e vivendo o bifurcar.
Compilei suas mais leves frases. Traduzidas, formaram poetizar. Pensados em vários idiomas, eram ditos de voz, susurros de estar… Pensados com as linguagens do pouco que tinha aprendido, eram seu ato de querer ainda contar.
Determinada estive aos vôos
Sublimes intuições do ser
Das asas imaginadas
Surgindo ao simples ver
Encontrei o caminho das lágrimas
As fiz rumo ao centro do peito deslizar
Lá onde as cicatrizes se juntam, fiz enfeites de conchas de alto mar
Perguntei se deveria seguir
Intuindo ao sim, abri rumo ao sentir
Maravilhada com a espuma branca encontrada
Percorri rochas por mim nunca tocadas
E vislumbrei caminho de alto mar
Foi quando em descoberto tempo
Foram purificados com os rastros, meus passos
E infiltraram-se nos vãos os ventos
Libertei as primeiras fontes da leveza buscada
E em todos aqueles rumores
Descobertas decididas flanaram
Todas que persistem e existem em mim
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