Lícia já leva quase cento e vinte dias em uma trilha.

Sua jornada por um incomensurável deserto será a parte final do livro sobre sua busca de liberdade.

Há longo caminho escrevemos juntas sobre seu perspicaz levante de libertação.

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Enquanto reviso  o livro, flana em meus poros a saudade de todas as moças que ela foi.

Sinto seus passos, seus obstáculos, suas superações, a cada palavra entre nós criada.

Hoje, ela segue o seu mais ininterrupto trecho.

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Solitária, sempre indômita, ela vê leveza na árida natureza libertadora de seus sonhos.

A cada refúgio onde para, ela remete a mim uma postagem e envia algumas fotos.

Recebi vários bilhetes de poucas palavras e objetos que ela já não mais quer carregar.

São passados que decidiu não mais precisar em seu corpo.

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No livro, entre minhas explicações narrativas e suas poesias até então escondidas, meus caros e pacientes leitores, vocês compreenderão!

Madame C. Bécamier .

Nos últimos dias, eu lembrei de poetas dizendo não conhecer a verdade.
Com todo respeito, Madame, a cada passo por mim deslizado nesse árido chãome convenço ser dos poetas o dever de, no mínimo, saber e ensinar a amar.

Recordo também dos que falam da “Babilônia da Egolatria” usando o poder da música para proclamar ser nela inexistente o amor.
Sabem eles que muitos olhos e ouvidos humanos passaram por suas (supostamente) realistas poesias e sofreram com suas lágrimas feitas e ditas expressão?!

A cada lugar de refugio onde paro, vejo humanidade com coragem suficiente para viver e com vontade genuína de enfrentar.

Pois se é tão simples…

Nascemos todos para imensamente amar! 

Avantes aos mais nobres levantes, Madame!

Aos passados poéticos equivocados, nossos vôos de melhor intenção. 

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Ah, e sabe qual é a maior Luz, Madame?! 

A certeza que eu sinto neste exato momento:

Imenso Amor  à Vida!

Lícia D.B.



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